segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011



'E era assim, enquanto o céu lá fora nublava e se enchia de luzes incandescentes, eu estava aqui, dentro da nossa caixa, dentro do nosso mundo. Eu te esperava incansavelmente, e me fantasiavam todos os dias de personagens diferentes só pra ser a sua melhor surpresa do dia. Enquanto isso você vinha cantando, pulando e se mostrando pro mundo lá fora, que era cinza e frio, e você era tão cheia de cores e luz. Deslumbrante. O meu pé inquieto, os meus olhos aguçados, e o suor nas mãos representavam a minha impaciência mediante as horas intermináveis, que contavam regressivamente o momento da sua chegada. E por fim você chegou, nem ao menos bateu a porta, girou a maçaneta e escancarou a porta. Meu coração quase se move do lugar e o pulso acelerava a cada passo a mais que você dava em minha direção. Poderia ser até um exagero da minha parte, mas você se tornava muita em meio às coisas simples. Parecia só ter tu em meio aquele monte de moveis. Logo uma leve brisa fecha a porta, e lá estávamos nós, a sós, trancados e de janelas abertas para opiniões simplórias, e retóricas convincentes. Logo, você pôs os joelhos no sofá, aproximou o seu busto ao meu rosto e tudo isso sem tirar os teus olhos dos meus. Eu poderia jurar que você me engoliria só de me olhar, e com uma mordida no lábio inferior você me devoraria. Os olhos inquietos não tinham lugar certo para olhar, e eu ficava sem jeito de te pegar. Mas o instinto sabe sempre resolver essas coisas sem que a gente perceba. Você colocou os braços por cima dos meus ombros e entrelaçou à mão na minha nuca, e no momento mais tenso daquela tarde eu pude me sentir surdo o bastante e apenas ouvir a nossa respiração, até mesmo o som que tocava constantemente parou de vez. Enquanto isso os teus traços se aproximavam dos meus, e com um simples tocar de lábios o mundo se desfez e se tornou amor, o nosso melhor amor.



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