terça-feira, 25 de janeiro de 2011



- Alô, Lui? Você ainda está aí?
- Estou.
- Acho que fiquei meio horrorizada. E com medo. Você não tem medo, Lui?
- Estou cansado.
Do outro lado da linha, ela riu. Pelo som, ele adivinhou que ela ria sem abrir a boca, apenas os ombros sacudindo, movendo a cabeça para os lados, alguns fios de cabelo caídos nos olhos.
- Não estou te alugando? Você sempre diz que eu te alugo. Como se você fosse um imóvel, uma casa.  Eu, se fosse uma casa, queria uma piscina nos fundos. Um jardim enorme. E ar condicionado.Que tipo de casa você queria ser, Lui?
- Eu não queria ser casa.
- Como?
- Queria ser um apartamento.
- Sei, mas que tipo?
Ele suspirou:
- Uma quitinete. Sem telefone.

Nenhum comentário:

Postar um comentário