'Eu já sonhei muito com você. Daqueles sonhos acordados que muitas vezes já me ocorreram: tolices do tipo ganhar um cafuné, passar uma tarde a dois, sem preocupação com o que havia além de nós. Daqueles sonhos que a gente sonha quando dorme. (...) Já tive sonhos mais realistas também. De situações que a gente viveu juntos e que se resolviam de outra forma, dentro de outro contexto. Já sonhei que havia entre nós algum afeto que nos infernizava o ciúme. Já sonhei também que a gente morava em países diferentes e se via todas as noites antes de dormir nas telas dos computadores. A vida é sonho, eu não sei se sei.(...) Eu quis te escrever porque você ainda é o cara para quem eu quero correr. Que é destino de boa parte do que eu escrevo, sem nem escolher, sem nem ter sido consultado, mas que é minha melhor direção e isso me basta. Eu sei que a gente anda longe geograficamente e sei que eu perdi um tanto da minha tolerância em relação ao grupo e absolutamente para proteger o que ainda havia de bacana, eu preferi ficar de longe e não doeu. Não foi nada planejado. Não foi pensado para produzir reações ou efeitos. Foi. Está sendo. Eu amo você. Diferente. E eu vou torcer para que você compreenda essa diferença, que é apenas uma diferença, sem que eu possa explicar ou metaforizar. O que existe entre nós e que me faz acreditar nessa diferença, é ainda uma palavra – e uma sensação – que eu não sei descrever. E talvez eu te escreva tanto para saber se um dia eu consigo me aproximar do significado dessa sensação sem verbo.
Eu não quero te perder.
Acho que essa frase seria a síntese de tudo o que foi escrito.'

Nenhum comentário:
Postar um comentário